Publicado hoje às 16:59
A economia de Timor-Leste tem vindo a registar assinaláveis progressos quer no volume de negócios internos e externos, quer no que respeita à sua competitividade fiscal no seio dos países da comunidade lusófona. Nesta última componente, e segundo o relatório "Paying Taxes 2014" da PwC (PricewaterhouseCoopers), a República de Timor-Leste ocupa o primeiro lugar na competitividade fiscal entre os países da CPLP.
O relatório anual da PwC coloca Timor-Leste na 81ª posição num conjunto de 189 economias analisadas na vertente fiscal, no que respeita a três indicadores selecionados pelos consultores: taxa total de tributação, número de horas despendidas com as obrigações fiscais, e número de pagamentos necessários para cumprir as obrigações tributárias. A principal vantagem deste país face aos seus parceiros lusófonos do ranking reside na taxa total de tributação, fixada nos 11%, seguida por São Tomé, com 32,5%.
Cabo Verde e Portugal, respetivamente no 80º e 81º lugar, juntam-se ao país lusófono asiático nos três primeiros lugares mais propícios às empresas, seguidos de Moçambique (12º), Guiné-Bissau (153º), Angola 155º), São Tomé e Príncipe (156º) e, na última posição, o Brasil. Já no que diz respeito ao número de pagamentos exigidos nas obrigações fiscais, Portugal é líder no seio da CPLP, com apenas oito pagamentos, fixando-se a meio da tabela no número de horas (276) necessárias para satisfazer aquelas obrigações, sendo Cabo Verde o país líder neste item, onde as empresas gastam, em média, 186 horas para tais diligências.
O relatório sobre o pagamento de impostos, que analisa quase todas as economias do mundo, conclui que a taxa total de tributação está a cair um ponto percentual por ano desde 2007, estando agora nos 43,1% dos lucros. De acordo com o relatório 'Paying Taxes 2014', elaborado pela PwC em parceria com o Banco Mundial e a Corporação Internacional de Finanças, as empresas apresentam, em média, uma taxa total de tributação de 43,1% dos lucros, sendo que no ano passado este valor estava nos 44,7%.
Associação dos Empresários Portugueses no Sudeste Asiático
Em reconhecimento do potencial de desenvolvimento das relações económicas entre Lisboa e Díli, um grupo de empresários acaba de lançar a Associação dos Empresários Portugueses do Sudeste Asiático, com o objetivo de «estimular as relações económicas e comerciais nos países daquela região».
«Queremos começar a ajudar os empresários portugueses a formarem-se, a melhorar o seu desempenho, e a serem representados nesta região do mundo para fazer força para que a lei em Timor-Leste seja cumprida de igual forma para todos", disse Joaquim de Brito, um dos empresários promotores da nova organização.
A associação, que reúne 12 empresários de vários setores, vai prestar aos seus sócios assessoria jurídica, consultoria na área laboral, fiscal e comercial, investimento estrangeiro, transações comerciais, propriedade industrial e informação técnica e documental relativa a programas de apoio ao investimento.
Luís Campos Ferreira em Díli aprofunda relações
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Luís Campos Ferreira, que se encontra em Díli em visita oficial durante esta semana, está a desenvolver contactos em diversas frentes no sentido de reforçar as relações bilaterais entre os dois países, nomeadamente em «novos domínios económicos».
«Hoje em dia a cooperação entre Portugal e Timor não pode ter o mesmo modelo que tinha há uns anos atrás. Felizmente, Timor hoje tem um patamar de desenvolvimento diferente e tem possibilidades, do ponto de vista das suas finanças públicas, bem mais interessantes do que tinha há uns anos atrás», disse Luís Campos Ferreira.
Mas, para Luís Campos Ferreira, aquele reenquadramento não passa só pela economia.«A economia é um dos fatores que pode contribuir para aquilo que é o entrelaçar das relações entre os dois povos, mas não é um fator único; há mais fatores como a nossa história, língua, valores e cultura que nos permitem construir um futuro em comum», salientou.
Durante a sua estada no território, governante português vai reunir-se com o Presidente da República de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, com o primeiro-ministro Xanana Gusmão, e com outros responsáveis governamentais das áreas da educação, formação profissional e emprego, petróleo e recursos naturais. Amanhã, quinta-feira, Luís Campos Ferreira representará Portugal nas comemorações do 38º aniversário da proclamação da independência, - ao tempo não reconhecida - que este ano se realizam em Craras, no distrito de Viqueque.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=3556750