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quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Economia de Timor Leste pelos olhos do ANZ

O ANZ é um dos maiores bancos da Austrália, com agência em Dili. Publicou em Maio, no seu boletim de análise das economias do Pacífico, a sua análise sobre a economia de Timor Leste. Veja abaixo o referido documento.
Datado de Maio, os estado estão agora um pouco desactualizados mas cremos que, ainda assim, vale a pena divulgar esta informação.



por A. M. de Almeida Serra

terça-feira, 13 de julho de 2010

Xangai 2010: Ausência de paz exclui possibilidade de desenvolvimento integrado – Ramos-Horta

Xangai, China 13/07/2010 13:41 (LUSA)
Temas: Política, Sociedade

*** Serviço vídeo e áudio disponíveis em www.lusa.pt ***
Sílvia Reis, enviada da Agência Lusa

Xangai, China, 13 jul (Lusa) – O presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje na Expo 2010, em Xangai, na China, que a ausência de paz exclui qualquer possibilidade de desenvolvimento integrado das cidades.
“Obviamente, quase se pode dizer que conflitos, ausência de paz excluem qualquer possibilidade de desenvolvimento integrado, sustentável, que possa levar ao progresso social, melhoria de vida das populações”, afirmou José Ramos-Horta.
Na conferência de imprensa após as cerimónias oficiais do dia de Timor-Leste na exposição universal, o Prémio Nobel da Paz salientou ainda que a “paz é condição ‘sine qua non’ para o desenvolvimento”.
Questionado sobre se a paz deveria ser tema de uma futura exposição universal, o chefe de Estado timorense referiu o papel das Nações Unidas, da União Europeia e de outras organizações para a consolidação da paz no mundo.
“A essência da existência da ONU, a sua razão de ser, ‘raison d’être’, é a preservação da paz no mundo, portanto é uma instituição permanente, assim como a União Europeia”, declarou, acrescentando que a UE “surge após a segunda guerra com enorme sucesso”.
Ramos-Horta apontou ainda a tarefa da União Africana ou da organização dos países de América Latina, que “existem, precisamente, para preservar a paz”.
“Felizmente é um tema permanente, mas também infelizmente”, comentou, reconhecendo que apesar de “60 anos de esforços feitos por muitos em todo o mundo, esses esforços não têm sido coroados de êxito, porque os conflitos continuam em muitos pontos do mundo”.
Já no discurso que proferiu a propósito do dia de Timor-Leste na Expo 2010, Ramos-Horta destacou o crescimento económico do país, que considerou ser um testemunho da resistência e dos esforços para melhorar a qualidade de vida da população.
O Presidente timorense manifestou ainda o desejo de que o país possa seguir o exemplo da China, que conseguiu uma taxa extraordinária de desenvolvimento e, ainda, proteger o ambiente através de energias alternativas e de uma prudente gestão de recursos.
Realçando que a sobrevivência do planeta está ameaçada pela destruição das florestas tropicais, o degelo dos glaciares ou pelos gases com efeito de estufa, Ramos-Horta reconheceu que as alterações climáticas “são um dos, senão o maior desafio” que o mundo enfrenta.
O chefe de Estado, o primeiro de língua portuguesa a visitar a Expo 2010, apelou ainda para que a Ásia assuma a liderança na luta contra a “enorme ameaça” que são as alterações climáticas, justificando com o facto de vários países deste continente, particularmente a China, mostrarem como é possível ter prosperidade e estabilidade sem destruição dos ecossistemas.
Com o lema “Esteja connosco, esteja com a natureza”, Timor-Leste é a segunda nação mais recente presente na Expo 2010, depois de Montenegro.
A exposição, dedicada ao tema “Better City, Better Life” (Melhores Cidades, Melhor Qualidade de Vida), conta com a participação de cerca de 240 países e organizações internacionais.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Fim

Xangai 2010: Relações entre Timor-Leste e China “excelentes em todos os domínios” – Ramos-Horta

Xangai, China 13/07/2010 14:04 (LUSA)
Temas: Economia, Negócios e Finanças, comércio externo, Política, Diplomacia

*** Serviço vídeo e serviço áudio disponíveis em www.lusa.pt ***
Sílvia Reis, enviada da Agência Lusa
Xangai, China, 13 jul (Lusa) – O Presidente de Timor-Leste afirmou hoje que as relações com a China “são excelentes em todos os domínios”, salientando que o país de língua portuguesa tem sido “beneficiário de muita ajuda” do gigante asiático.
“Temos relações de estado, conduzidas pelos dois respetivos governos, assentes nos princípios que os dois governos subscrevem de respeito mútuo, de respeito pela nossa independência, integridade territorial, cooperação mútua para beneficio da paz, estabilidade na região”, disse José Ramos-Horta em Xangai, na China, onde hoje participa no dia de Timor-Leste na Expo 2010.
O chefe de Estado adiantou que as relações entre os dois países “alargaram-se para outros domínios”, como a economia, anotando que “a China hoje tem uma presença significativa em Timor-Leste na área de investimentos”.
A este propósito, deu o exemplo a participação da China num investimento de 400 milhões de dólares americanos que pretende levar eletricidade a todos os distritos de Timor-Leste até dezembro de 2011.
Ramos-Horta apontou ainda a aquisição de embarcações à China para a “defesa marítima” de Timor-Leste, sendo que o contrato com a empresa chinesa inclui formação a elementos das forças armadas timorenses.
O chefe de Estado acrescentou que as relações comerciais de Timor-Leste são, “naturalmente” e, “sobretudo, com os países vizinhos mais imediatos”.
“A maior parte do nosso comércio é por exemplo com a Indonésia, com a Austrália e, cada vez mais, com a China na compra de produtos de consumo, mas também de equipamento”, notou, considerando que as relações comerciais com os estados da Comunidade dos Países Língua Portuguesa (CPLP) “são muito limitadas pela distância grande que separa Timor-Leste de Portugal ou do Brasil”.
Ramos-Horta admitiu que através do Fórum CPLP-China, sediado em Macau, “procura-se incentivar ainda mais as relações da China com a CPLP”, mas observou que “essas relações fazem-se mais no plano bilateral do que através de algum organismo multilateral ou regional”.
“Veja as relações da China com Portugal ou hoje da China com Angola, não se faz via o Fórum CPLP em Macau, faz-se via bilateral”, referiu.
Segundo o presidente timorense, “o fórum talvez seja muito mais útil, prático, para em parceria com as embaixadas de cada país em Beijing [Pequim] de dar informações para os investidores chineses sobre o potencial dos mercados em cada país da CPLP”.
“Pode ajudar nesse sentido de disseminação de informações de cada país ou de disseminação de informações da China para cada um dos países da CPLP”,
acrescentou Ramos-Horta.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Fim

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Situação actual em Timor Leste pelos olhos da La'o Hamutuk

A La'o Hamutuk divulgou recentemente uma apresentação sua em que sintetiza o que considera serem, sob a sua perspectiva, os traços principais da actual situação económica em Timor Leste. Independentemente de concordarmos ou não com a caracterização feita pensamos que vale a pena divulgar aqui este documento até porque nele se sintetizam algumas informações que podem ajudar o leitor a fazer o seu próprio juízo sobre a realidade do país.
por A. M. de Almeida Serra

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Terceira Depressão

Paul Krugman

Recessões são comuns; depressões são raras. Até onde sei, houve somente duas eras na história da economia que foram amplamente descritas como “depressões” na época: os anos de deflação e instabilidade que se seguiram ao Pânico de 1873 e os anos de desemprego em massa que acompanharam a crise financeira de 1929-31.

Milhares de grevistas gregos protestaram contra as medidas exigidas pela UE e pelo FMI
Nem a Longa Depressão do século 19, nem a Grande Depressão do século 20 foram eras de um declínio contínuo – pelo contrário, ambas incluíram períodos em que a economia cresceu. Mas esses episódios de melhora nunca foram suficientes para desfazer o prejuízo da crise inicial, e foram seguidos de recaídas.

Temo que agora estejamos nos estágios iniciais de uma terceira depressão. Ela provavelmente se parecerá mais com a Longa Depressão do que com a Grande Depressão, que foi muito mais grave. Mas o custo – para a economia mundial e, acima de tudo, para os milhões de pessoas arruinadas pela falta de emprego – será imenso.

E esta terceira depressão será, basicamente, um fracasso de política. Em todo o mundo – mais recentemente no extremamente desanimador encontro do G20 do último fim de semana – os governos estão obcecados com a inflação, quando a verdadeira ameaça é a deflação, pregando a necessidade de apertar os cintos, quando o verdadeiro problema são os gastos inadequados.

Em 2008 e 2009, parecia que tínhamos aprendido com a história. Ao contrário de seus predecessores, que elevaram as taxas de juros diante da crise financeira, os atuais líderes do Federal Reserve e do Banco Central Europeu cortaram os juros e passaram a apoiar os mercados de crédito. Ao contrário dos governos do passado, que tentaram equilibrar orçamentos diante de uma economia em declínio, os governos de hoje permitiram que os deficit aumentassem. E melhores políticas ajudaram o mundo a evitar o colapso total: pode-se dizer que a recessão trazida pela crise financeira terminou no verão passado.

Mas futuros historiadores nos dirão que isso não foi o fim da terceira depressão, assim como a recuperação econômica que começou em 1933 não foi o fim da Grande Depressão. Afinal, o desemprego – especialmente o desemprego a longo prazo – permanece em níveis que teriam sido considerados catastróficos há alguns anos, e não dá sinais de diminuir tão cedo. E tanto os Estados Unidos como a Europa estão se encaminhando para cair em armadilhas deflacionárias como as do Japão.

Diante desse quadro sombrio, você poderia esperar que os responsáveis pelas diretrizes políticas percebessem que ainda não fizeram o suficiente para promover a recuperação. Mas não: nos últimos meses, houve um surpreendente ressurgimento da ortodoxia do equilíbrio orçamentário e da moeda forte.

No que diz respeito à retórica, o ressurgimento da antiga doutrina é mais evidente na Europa, onde autoridades parecem usar argumentos dos discursos de Herbert Hoover, inclusive a afirmação de que elevar impostos e cortar gastos na verdade expandirá a economia, ao aumentar a confiança nos negócios. Mas em termos práticos, os Estados Unidos não estão se saindo muito melhor. O Fed parece ciente dos riscos de deflação – mas o que ele propõe fazer a respeito desses riscos é, bem… nada. A administração Obama entende os perigos de uma austeridade fiscal prematura – mas como os republicanos e os democratas conservadores do Congresso não autorizarão uma ajuda adicional aos governos estaduais, essa austeridade virá de qualquer jeito, na forma de cortes orçamentais em níveis estaduais e municipais.

Por que se erra o caminho na política? Os radicais muitas vezes mencionam as dificuldades enfrentadas pela Grécia e outras nações na periferia da Europa para justificar suas ações. E é verdade que investidores de títulos dependiam de governos com deficit incontroláveis. Mas não há nenhuma evidência de que uma austeridade fiscal a curto prazo, diante de uma economia deprimida, tranquilizará investidores. Pelo contrário: a Grécia concordou em adotar um plano severo de austeridade, mas viu seus riscos se ampliando cada vez mais; a Irlanda efetuou cortes radicais nos gastos públicos, mas foi tratada pelos mercados como um risco pior que a Espanha, que relutou bem mais em adotar a solução dos radicais.

É como se os mercados financeiros entendessem o que os responsáveis pelas diretrizes políticas aparentemente não entendem: que, embora a responsabilidade fiscal a longo prazo seja importante, cortar gastos no meio de uma depressão, que aprofunda essa depressão e abre caminho para a deflação, na verdade é autodestrutivo.

Então não acredito que isso tenha a ver de fato com a Grécia, ou com qualquer apreciação realista das trocas entre deficit e empregos. Na verdade é a vitória de uma ortodoxia que pouco tem a ver com análises racionais, cujo principal dogma é que, em tempos difíceis, é preciso impor sofrimento aos outros para mostrar liderança.

E quem pagará o preço desse triunfo da ortodoxia? A resposta é: dezenas de milhões de trabalhadores desempregados, dos quais muitos permanecerão sem emprego por anos, e alguns nunca mais voltarão a trabalhar.

Tradução: Lana Lim
Fonte: UOL Economia -
http://economia.uol.com.br/