Díli – As delegações do sector privado da China e da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) questionaram Timor-Leste acerca da aquisição de uma moeda nacional, com vista a fazer frente aos diversos problemas de desenvolvimento.
Desde a independência total de Timor-Leste, em 2002, que o dólar norte-americano é a única moeda legal para transacções comerciais no país. Os líderes timorenses, os peritos económicos e os cidadãos já discutem este assunto há muito tempo mas ainda não foi tomada nenhuma decisão.
A Conferência do sector privado da China e da CPLP em Díli, que teve início esta segunda-feira, 1 de Julho, e termina esta terça-feira, 2 de Julho, encorajou o povo timorense a adquirir a sua própria moeda oficial.
O responsável pela delegação do sector privado de Macau, Jackson Chang, disse que Timor-Leste deveria ter a sua moeda corrente, uma vez que o facto de utilizar o símbolo monetário de outro país irá sempre gerar dificuldades, nomeadamente no que respeita à inflação.
O vice-governador do Banco Central de Timor-Leste, Nur Alkatiri, disse que antes de o país tomar uma decisão final sobre o assunto precisa de realizar um estudo apropriado sobre o tema, diligência que a sua instituição já iniciou.
O Governo timorense continua a encorajar os investidores estrangeiros a estabelecerem negócios com o sector privado nacional. Desde a independência, as autoridades têm aberto a porta aos actores de mercados externos para que injectem capital no país, mas ainda não se registaram grandes investimentos. O sector privado nacional ainda apresenta fragilidades e o Governo tem prestado particular atenção ao seu desenvolvimento.
Durante o primeiro dia da Conferência, o Primeiro-ministro Xanana Gusmão disse que o mundo (incluindo a China e os países da CPLP) tem conhecimento de que o processo de desenvolvimento do país teve início a partir do zero. O Chefe do Governo timorense disse ainda que o Orçamento de Estado para este ano prevê atrair investimento estrangeiro mas também apoia os empresários locais.
Xanana Gusmão sublinhou que o evento em Díli serviu para discutir questões relevantes, que possam contribuir para o sector económico nacional.
O Executivo pretendeu sempre assistir ao crescimento do sector privado timorense, uma vez que o país precisa de empresários nacionais fortes no futuro, referiu o Chefe do Governo.
«Devemos continuar a prestar todo o apoio necessário ao nosso sector privado, incluindo o apoio financeiro através do crédito bancário», disse Xanana Gusmão.
No segundo dia da Conferência notou-se uma quebra acentuada na participação, por parte de actores do sector privado timorense. Muitos empresários nacionais não compareceram no encontro.
A secretária de Estado de Apoio ao Sector Privado, Venerando Lemos, cujo gabinete organizou e promoveu a iniciativa, mostrou-se desapontada com a abstinência dos actores económicos nacionais no segundo dia da reunião, dizendo que o sector deveria saber que este evento era de extrema importância para incrementar a capacidade de gestão dos seus negócios.
(c) PNN Portuguese News Network
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