Note-se a evolução "em escada" ao longo do tempo, com a média dos últimos 3 meses do ano a trepar para mais do dobro da média dos primeiros 5 meses --- e isto apesar da queda significativa do preço dos combustíveis e do arroz.
Esta é uma evolução usual em situações de mais rápido crescimento económico e no caso de Timor Leste é também, certamente, um sinal desta aceleração. Porém, ela será mais "virtuosa" ou menos "virtuosa" conforme a estrutura das importações: se o aumento se dever a maiores importações de bens de investimento é "virtuosa" na medida em que significa instalação de capacidade produtiva que virá a ser utilizada no futuro para produzir mais bens de origem nacional --- ao mesmo tempo que aumenta o emprego, por exemplo.Se as importações forem essencialmente de bens de consumo o seu (muito) rápido crescimento significa que se estão a gastar recursos nacionais sem que isso contribua para uma aceleração do crescimento futuro. Infelizmente parece ser este o caso de Timor Leste: a taxa de crescimento das importações reflecte principalmente uma forte aceleração do consumo (privado e público).
Por isso quando alguns observadores, nomeadamente de organizações internacionais, "embandeiram em arco" com uma taxa de crescimento que uns dizem ter sido de 10% e outros de 12,5% é bom "temperar" o entusiasmo perguntando o que é que, na despesa nacional (uma forma de medir o produto nacional), cresceu efectivamente. É que há crescimentos e crescimentos.
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