Dia Mundial da Alimentação.
16.10.2008 - 21h02
Reuters
A crise financeira mundial está a desviar atenções da luta contra a fome, agravada pela recente subida dos preços dos bens alimentares, alertam vários dirigentes e organizações internacionais no dia em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação.“A comunicação social está a dar destaque à crise financeira às custas da crise alimentar”, lamentou Jacques Diouf, director da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
A crise financeira mundial está a desviar atenções da luta contra a fome, agravada pela recente subida dos preços dos bens alimentares, alertam vários dirigentes e organizações internacionais no dia em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação.“A comunicação social está a dar destaque à crise financeira às custas da crise alimentar”, lamentou Jacques Diouf, director da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
A agência tinha já ontem alertado que, confrontadas com esta crise, as nações mais ricas poderão refrear os apoios aos mais pobres e os seus agricultores não vão aumentar a produção aos níveis necessários para suprir as carências internacionais, já que a recessão deverá contribuir para a queda dos preços.
E esta recessão surge no pior momento, depois de um ano marcado pela escalada no preço das matérias-primas. Dados do Banco Mundial indicam que o aumento combinado dos preços da alimentação e dos combustíveis aumentou em 44 milhões o número de pessoas que sofrem de malnutrição, para um total de quase mil milhões.
A directora do Programa Alimentar Mundial (PAM), Josette Sheeran, lembrou que também nos países mais ricos aumentou o número de pessoas que não conseguem comprar alimentos para suprir as suas necessidades, primeiro devido à inflação e agora por causa da crise financeira.
Mas se esta situação afecta pessoas em todo o mundo, “para aqueles que vivem com menos de um dólar por dia é uma questão de vida ou morte”, sublinhou Sheeran.
Perante esta situação, os activistas lamentam que as nações industrializadas tenham sido tão céleres a gastar milhares de milhões de dólares para apoio ao sector financeiro e tão lentos na resposta à crise alimentar.
“A minha posição é que a crise financeira é séria e merece atenção e resposta urgente, mas o mesmo acontece com o problema da fome, que poderá matar milhões de pessoas”, afirmou o antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Também o Papa Bento XVI aproveitou o Dia Mundial da Alimentação para condenar a “especulação sem controlo” e o “egoísmo” dos países ricos para acorrer às necessidades dos mais pobres, lamentando que pouco tenha sido feito para melhorar a distribuição de recursos.
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