Um vasto leque de medidas para garantir a alimentação mundial deverão ser anunciadas, de amanhã até quarta-feira, durante a cimeira dos países industrializados do G8, que se realizará em Toyako, no Japão.
Além dos líderes dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão e Rússia, que compõe o G8, estarão ainda presentes na região montanhosa do lago japonês Toya Hollaido representantes da União Europeia e de 14 países convidados.
A liderar a agenda da reunião está a forma como os países industrializados vão lutar contra a crise alimentar, que pode vir a ter repercussões na segurança mundial.
A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou ontem ao diário germânico Tagesspiegel Am. Sonntag que as medidas em discussão visam "aliviar a curto prazo a crise alimentar e obedecerão a uma estratégia de longo prazo para aumentar a produção agrícola mundial". Merkel criou, em finais de Abril, um grupo de trabalho interministerial, encarregado de analisar as causas e as consequências do aumento dos preços dos produtos alimentares e de propor soluções para a crise.
Na segunda-feira passada, a chanceler alemã enviou aos seus colegas do G8 um documento de seis páginas, contendo ideias para debate. Segundo o semanário alemão Der Spiegel, na sua edição da próxima segunda-feira, Angela Merkel adverte para os efeitos devastadores que uma crise alimentar mundial de longa duração poderia ter. "Tal crise poderá "pôr em perigo a democracia, desestabilizar estados e criar problemas para a segurança internacional", refere ainda a revista, citando o mesmo documento.
Esta comissão recomenda, diz o semanário, "um aumento da produtividade agrícola" nos países em desenvolvimento, o "abastecimento rápido de certas regiões em sementes, adubos e material agrícola", assim como o "levantamento imediato de restrições às exportações". Neste documento, a Alemanha anuncia que vai disponibilizar 750 milhões de dólares este ano para ajuda alimentar aos países mais pobres.
Por seu lado, também os países do G8, no seu conjunto, vão criar durante esta cimeira, um grupo de trabalho para lutar contra a crise alimentar mundial, como noticiou o diário japonês Yomiuri Shimbun. Segundo o jornal, esse grupo de trabalho examinará a possibilidade de suprimir certas restrições às exportações, que impedem os países mais necessitados de aceder aos excedentes alimentares dos países mais ricos.
À margem destes cimeiras, as manifestações são uma constante. Cinco milhares de manifestantes ligados a organizações não governamentais, sindicatos e grupos de activistas desfilaram ontem nas ruas de Sapporo, no Japão, protestando contra esta reunião, com críticas sobre as desigualdades económicas no mundo.
Fonte: AFP
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