Paul Krugman: crise financeira poderá ir além de 2011
Prémio Nobel da Economia 2008
08.12.2008 - 19h43
Por Lusa
Por Lusa
O mundo corre o risco de sofrer pelo menos durante os próximos três anos o efeito da turbulência financeira, declarou hoje o Prémio Nobel da Economia 2008, o norte-americano Paul Krugman."
É admissível que a economia mundial se continue a contrair (...) mesmo para além de 2011", alertou, numa conferência de imprensa dada em Estocolmo.
"Temo que se repita a escala mundial o que aconteceu ao Japão nos anos 90 (...) e a economia continue sem dar sinais de retoma durante um período muito longo", advertiu o professor da Universidade de Princeton.
Acerca dos Estados Unidos, o laureado corrigiu, por insuficiente, uma opinião anteriormente por si expressa, de que um plano para o relançamento da economia equivalente a quatro por cento do Produto Interno Bruto (PIB) seria suficiente para 2009.
De acordo com Krugman, a percentagem anunciada será "modesta" afinal tendo em conta a "amplitude do buraco a preencher".
"Não evita a debilitação da economia, só contribui para travar uma queda brutal", indicou. Relativamente ao mercado imobiliário, não escondeu que "poderá ainda cair 10 a 15 por cento", segundo as estimativas mais recentes.
O galardoado frisou que Washington não hesitará em aumentar as despesas em infra-estruturas, mesma agravando o défice orçamental a curto prazo: "O défice norte-americano será provavelmente de sete a oito por cento do PIB em 2009", disse.
"Isto não se pode fazer indefinidamente, porque o relançamento massivo da economia e da dívida é comportável durante dois anos, mas para além disso constituirá motivo de preocupação", acentuou.
Paul Krugman receberá na quarta-feira das mãos do monarca sueco o prestigiado prémio: uma medalha, um diploma e um cheque de quase um milhão de euros.
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