3-Aug-2010 - 11:44O Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) fez a revisão em alta do crescimento da economia de Timor-Leste em 2010, em contraste com as restantes economias do Pacífico, que deverão ter um desempenho modesto.
De acordo com os resultados da revisão económica trianual do ADB a 14 nações do Pacífico, cujo relatório foi agora divulgado em Manila, Timor-Leste regista um crescimento económico mais forte do que o esperado, impulsionado pelo aumento contínuo da despesa pública e pela melhoria da produção agrícola.
Excepções feitas a Timor-Leste (12,2 por cento nas últimas estimativas) e à Papua Nova Guiné, o BAD mantém inalterada a modesta projecção de crescimento de 0,5 por cento das economias insulares do Pacífico, em 2010, embora preveja uma ligeira melhoria para 2011, na ordem de 1,3 por cento. No caso de Timor-Leste, o crescimento é atribuído ao aumento continuado das despesas públicas, nomeadamente através de transferências de cariz social, e à melhoria da produção agrícola, fruto da importação e distribuição de tractores e de melhores práticas.
Quanto à Papua Nova Guiné, os 5,5 por cento de crescimento previstos para 2010 e 7,7 por cento para 2011 não constituem surpresa e devem-se à construção do projecto de uma unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito, infraestrutura semelhante à que Timor-Leste também pretende vir a ter, através de um gasoduto ligado ao campo Greater Sunrise.
O BAD salienta no seu relatório que os atrasos na fase de construção condicionam as previsões para 2011, que poderiam ainda ser mais optimistas.
A valorização superior ao esperado de produtos de exploração madeireira, cacau, peixe e óleo de palma levam também aquela entidade a corrigir de 2 por cento para 3,5 por cento o crescimento económico das Ilhas Salomão, em 2010.
A quebra generalizada das receitas do turismo e atrasos na implementação de programas de investimento público são factores que deverão afectar as performances das Ilhas Cook, Kiribati, Nauru, Tonga e Vanuatu. Salvam-se as Ilhas Fiji, que aparentemente conseguem manter-se como destino turístico em crescimento.
O relatório trianual do BAD lança um sério aviso quanto às tendências inflacionárias na região, marcadas pela vulnerabilidade à flutuação dos preços dos produtos petrolíferos. Devido à crise pós-aumento dos preços mundiais do petróleo, a inflação deverá atingir 5,9 por cento, na região do Pacífico, em que o factor de insularidade encarece o preço dos combustíveis. "O combustível e os preços dos serviços são muito altos na maioria dos países do Pacífico.
Este é um problema que pode ser resolvido através de políticas que aumentem as pressões competitivas e promovam a eficiência ", conclui Robert Wihtol, director geral do Departamento do Pacífico do ADB
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