Vai realizar-se entre 1 e 4 de Abril próximos, em Dili, a 9ª Conferência de Doadores de Timor Leste.Ela surge num contexto em que os doadores, nomeadamente os pertencentes à OCDE, procuram desde há algum tempo aumentar a coordenação entre as suas acções e as acções de outros país --- além, naturalmente, de aumentarem a coordenação com os programas de desenvolvimento dos países beneficiários, neste caso Timor.
A procura pela crescente "harmonização" das políticas de cooperação dos doadores em benefício crescente da eficácia dessa ajuda já vem de longe mas encontrou o seu ponto alto, em termos de decisões dos países da OCDE, na chamada "Declaração de Paris", de 2005 (vejam-se abaixo --- clicar para aumentar --- as duas primeiras páginas;
A procura pela crescente "harmonização" das políticas de cooperação dos doadores em benefício crescente da eficácia dessa ajuda já vem de longe mas encontrou o seu ponto alto, em termos de decisões dos países da OCDE, na chamada "Declaração de Paris", de 2005 (vejam-se abaixo --- clicar para aumentar --- as duas primeiras páginas;
na primeira está o link para o documento):
Já com o espírito de preparação da Conferência a realizar em Abril, realizou-se em fins de Outubro passado, na Universidade da Coruña e com o apoio da Cooperação Espanhola, uma conferência que procurou cimentar ainda mais os laços de harmonização de políticas e de actuações concretas no terreno entre os países europeus mais envolvidos na cooperação com Timor Leste.
Lá estiveram, além da Espanha, Portugal, a Alemanha, a Suécia e outros, incluindo representantes da Comissão Europeia.
Presente esteve também o governo timorense através de três dos seus membros (Ministras da Justiça e da Solidariedade Social e o Ministro da Agricultura).
Presente ainda um grupo de representantes de ONGs timorenses.
Dos trabalhos pareceu evidente a facilidade de diálogo entre os dois países ibéricos para concertarem as suas acções em benefício de Timor Leste.
Esta facilidade de entendimento entre portugueses e espanhóis não será tão grande nos demais casos bilaterais ou multilaterais mas foi nítida a boa vontade em dar passos no sentido correcto.
Esperemos que a conferência de Dili confirme esta convergência de vontades a bem de uma cooperação mais eficaz e a redução dos desperdícios de recursos que, por vezes, se verificam.
Uma das sessões do plenário com representantes das agências de cooperaçãode vários países da União Europeia
Reitor da UNTL, Prof. Benjamim de Araújo Corte-Real, lê as conclusões de uma das sessões temáticas. Ao centro o Presidente do Instituto Português para o Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e à direita a Ministra Maria Domingas "Micató"
Uma palavra final para uma "leitura" mais política da realização da conferência: tratou-se manifestamente (até pelo esforço financeiro feito), de uma afirmação explícita da vontade da Espanha de que de ora em diante é necessário contar também com ela na cooperação com Timor Leste. O "recado" foi evidente: "estamos nessa! E contem connosco!..."Esta posição enquadra-se na manifesta estratégia de afirmação internacional da Espanha como um parceiro com que há que contar no futuro na cena internacional, a par de uma França, uma Inglaterra ou, mesmo, de uma Alemanha.
É evidente que o "campeonato" deles é este e não já o dos médios países europeus, como a Itália, por exemplo. Resta saber se a crise económica que agora a afecta não fará adiar por algum tempo esta ambição...Mas como naqueles azulejos que figuram em muitas casas portuguesas: "Seja bem-vindo quem vier por bem!"
Fonte:A. M. de Almeida Serra
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