Cafe Timor/United Nations Photo |
Segundo informam os organizadores na sua página online, a presença timorense mostrará como "os países em desenvolvimento podem competir em termos de qualidade e eficácia, através da agricultura orgânica e práticas de proteção ambiental confiáveis e sustentáveis".
Para isso conta a história do fazendeiro de café timorense que "experimentou não só os efeitos da colonização, guerras e revoluções políticas na sua fazenda, mas também teve que competir internacionalmente com outras nações produtoras de café muito maiores e já estabelecidas globalmente" tendo, para isso, apostado "na produção de café orgânico premium".
Segundo os organizadores o caso timorense ilustra o reconhecimento que existe desde a década de 1920 dos "potenciais benefícios de práticas de agricultura orgânica" com certificação correspondente.
Timor-Leste mostra como os agricultores mantêm registos detalhados de produção e venda como parte de uma "trilha de auditoria", mantém regras estritas de separação de produtos orgânicos de outros não certificados e realizam inspeções regulares às plantações.
Apesar dos custos adicionais, estas práticas, referem, garantem uma melhor gestão dos recursos e resultam em alimentação de maior qualidade e potencialmente mais saudável.
"Reduz poluição de pesticidas e fertilizantes artificiais, melhora a qualidade da água, aumenta a biodiversidade e reduz dependência na importação de combustíveis fósseis. É também uma agricultura multifuncional e diversificada que realmente apoia o desenvolvimento rural", sublinham os organizadores.
Visitantes ao `cluster do café` podem conhecer a história de Timor-Leste e os esforços que estão a ser feitos no país para alcançar produção alimentar sustentável e comércio justo.
Podem ainda experimentar as variedades de grão de café.
Recorde-se que no final de março o ministro da Agricultura timorense, Estanislau da Silva, disse no Parlamento Nacional que o executivo vai aprovar um novo programa para reforçar e aumentar a produção do café, com novas plantações e o rejuvenescimento das existentes, consolidando assim uma cultura "emblemática" do país.
"O café é prioridade do Ministério da Agricultura que está a incluir um programa revisto, praticamente novo. Queremos um reforço para o setor", disse Estanislau da Silva, que é também ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos.
Considerando que o que tem sido feito até aqui é de "pequena dimensão" e apesar do apoio de organizações internacionais, o ministro disse que é necessário consolidar o setor que vai "merecer atenção especial do Governo".
Estimativas do setor do café timorense apontam a que, atualmente, cerca de 70 mil famílias timorenses recebam cerca de 250 dólares por ano, em média, pelas exportações do setor, um valor bastante reduzido.
Timor-Leste exporta anualmente cerca de 18 milhões de dólares em café.
Fonte: RTP
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=823738&tm=6&layout=121&visual=49